Neste dia 27 de agosto, em que a Igreja celebra a memória de Santa Mônica, se recorda também no Brasil, a data do falecimento de três bispos: Dom Helder Câmara, falecido em 27 de agosto de 1999; Dom Luciano Mendes de Almeida, falecido em 27 de agosto de 2006; e Dom José Maria Pires, falecido em 27 de agosto de 2017. Eles ocupam lugar de destaque na luta pelos direitos humanos, pelos pobres e pelos negros.
Dom Helder Câmara, arcebispo emérito de Olinda e Recife (PE), foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), à qual serviu como secretário-geral (1952-1964). Ele teve importante papel de enfrentamento à ditadura militar brasileira. Dias depois do golpe, Dom Helder divulgou um manifesto apoiando a ação católica operária no Recife. O bispo costumava dizer: “Se dou pão aos pobres, todos me chamam de santo. Se mostro por que os pobres não têm pão, me chamam de comunista e subversivo”. Dom Luciano Mendes de Almeida, jesuíta, foi secretário-geral da CNBB por dois mandatos (1979-1987) e presidente da entidade, também por dois mandatos (1988-1995). A dimensão caritativa na vida e no ministério episcopal de Dom Luciano era traduzida na atenção aos mais desvalidos e marginalizados, sendo presença paterna de proteção e carinho. Ele era conhecido como “irmão dos pobres”.
Dom José Maria Pires foi um dos primeiros bispos negros no Brasil, fez a sua passagem em 2019 aos 98 anos deixando o exemplo de como ser Igreja, de como estar à frente do Povo de Deus. Ele sofreu preconceito por causa da cor de sua pele e transformou essa dor em luta pelos direitos dos negros. Por causa dessa luta, ele foi apelidado por Dom Pedro Casaldáliga de ‘Dom Zumbi’. Ele lutou contra a discriminação e o racismo, incentivando a organização e a luta dos afro-brasileiros. Dom José foi um dos bispos brasileiros que participou do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965).
Celebrar no dia de hoje esses três bispos é fazer memória de três homens que foram profetas na luta pelos últimos da sociedade de sua época.