InícioNotíciasIgreja Diocesana8ª Festa da Colheita, dia 06 de junho de 2015 em Itaputranga-GO

8ª Festa da Colheita, dia 06 de junho de 2015 em Itaputranga-GO

Está se aproximando a realização da tão esperada festa da colheita. No primeiro informe apresentamos a carta do bispo diocesano Dom Eugênio Rixen, em seguida foram encaminhadas as comunidades as cartilhas de preparação da 8ª Festa da Colheita.

Foi feita uma grande mobilização junto as paróquias para distribuição dos materiais alusivos a essa caminhada preparativa rumo a Itapuranga. Acreditamos que as paróquias já distribuíram a cartilhas/subsídios para que as comunidades façam reflexões sobre os três encontros nela contida. Algumas paróquias receberam também camisetas.

Solicitamos que as Paróquias e comunidades passem agora também a dedicar a organização do transporte dos participantes. Algumas paróquias já encaminharam ofícios as Prefeituras, outras já estão fazendo levantamento de nomes.

Caso precisem da ajuda da CPT podemos também ajudar na organização dos ônibus.

Segue abaixo, textos que estão sendo discutidos em escolas e comunidades sobre o tema da agricultura familiar.

Voltaremos na semana que vem com mais informações dessa trajetória de preparação e realização da 8ª Festa da Colheita.

Abraços,

Aguinel Fonseca

p.p. Coordenação da 8ª Festa da Colheita


 

AGRICULTURA FAMILIAR: produzindo alimentos e preservando a natureza

A REVOLUÇÃO VERDE

A produção de alimentos, em escala suficiente para alimentar a população mundial, representou, historicamente, um dos maiores desafios a ser enfrentado pela humanidade. Enquanto a população vivia, majoritariamente, nas áreas rurais, os problemas relacionados à alimentação foram mais facilmente resolvidos. A partir da consolidação do modo capitalista de produção, no entanto, se intensificou uma marcha (na maioria das vezes forçada) para as cidades, especialmente para os centros urbanos em crescimento, o que elevou consideravelmente a miséria e a fome no mundo.

As tentativas de amenizar as mazelas da fome foram, recorrentemente, pensadas de forma equivocada. Não raramente, tais tentativas intensificaram a fome ao invés de diminuí-la. Um exemplo desta perspectiva foi a Revolução Verde. Em meados do Século XX, após a Segunda Grande Guerra Mundial, a fome e a miséria haviam aumentado de forma intensa e, com o suposto objetivo de combatê-las, foi consolidado um pacote tecnológico que supostamente prometia acabar com a fome no mundo.

Este pacote, chamado Revolução Verde, foi composto pelas tecnologias químicas (agrotóxicos) desenvolvidas como armas químicas durante a guerra, pela tecnologia de mecanização dos solos e por sementes melhoradas em laboratório (sementes híbridas). Baseado no privilégio a grandes produtores e na produção em larga escala, este modelo de agricultura implantou seus campos de teste em países como Índia, México e Brasil.

No Brasil, embora o pacote da Revolução Verde tenha elevado ligeiramente a produção total de grãos (principalmente no Cerrado), os impactos socioambientais foram extremamente intensificados. Entre vários outros impactos destacamos os seguintes: uma grande quantidade de Agricultores Familiares foi expulsa de suas terras e direcionada para as cidades; as relações de trabalho no campo foram degradadas; o desmatamento dos biomas brasileiros se intensificou; córregos, lagos e rios foram contaminados; espécies animais e vegetais foram extintas; doenças relacionadas à intoxicação com agrotóxicos se proliferaram; a produção de alimentos deu lugar à produção de commodities para exportação.

AGRICULTURA FAMILIAR

A Agricultura Familiar, que compõe atualmente, um grupo de aproximadamente 570 milhões de famílias no mundo (LOWDER et al, 2014), tem sido historicamente responsável pela produção de alimentos que serve a mesa da população global. Os agricultores familiares, no entanto, não têm sido reconhecidos pelas governantes dos diferentes países. As políticas públicas direcionadas ao campo tem apoiado, via de regra, um modelo de agricultura com origem no pacote tecnológico da Revolução Verde, hoje identificado como Agronegócio.

Apesar disto, os Agricultores Familiares teem lutado pela terra ou para resistir produzindo nela. No Brasil, que teve desde a década de 1950, suas terras ocupadas e seus bens naturais degradados pelas técnicas da Revolução Verde (atualmente, do Agronegócio), a Agricultura Familiar presta serviços em várias perspectivas para a população de forma geral. Além da produção de alimentos saudáveis, estes produtores são responsáveis pela preservação ambiental dos biomas (como o Cerrado), pela conservação das práticas culturais do campo, pela manutenção de práticas medicinais naturais, pela geração de trabalho no campo, entre vários outros.

Fonte: Censo Agropecuário IBGE, 2006.

A Agricultura Familiar congrega, atualmente, mais de 80% dos agricultores brasileiros. Por outro lado, vemos que a área ocupada por estes agricultores atinge apenas 24% das terras brasileiras (ver Gráfico 1). É possível perceber, portanto, os impactos, na ocupação territorial, da não implementação de políticas públicas concretas de acesso à terra no país. Além da não realização da Reforma Agrária, também os incentivos à produção são direcionados, em sua maior parte, para o Agronegócio. No Plano Safra 2013/2014, de acordo com dados do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA/2014), enquanto o Agronegócio recebeu 136 bilhões em financiamento, a Agricultura Familiar recebeu apenas 21 bilhões.

A Agricultura Familiar, apesar de sua não valorização pelas políticas públicas, tem sido responsável por fornecer vários serviços à sociedade brasileira. Por exemplo, mais de 74% dos postos de trabalho no campo são gerados pela Agricultura Familiar (IBGE, 2006). Os serviços ambientais fornecidos à sociedade brasileira são imensuráveis, pois estes agricultores desenvolvem um processo produtivo que valoriza a relação com a natureza, preservando as águas, a vegetação, as espécies de interesse para a saúde e a diversidade animal. Ao mesmo a Agricultura Familiar permite a preservação dos valores culturais camponeses (Folias de Reis, Congadas, Catiras, etc.) e trata com maior justiça as questões de gênero e a juventude.

Para além de todos os serviços citados, os Agricultores Familiares são responsáveis, ainda, pela produção de alimentos que serve a mesa do povo brasileiro, como pode ser visualizado na figura 1 que segue.

Fonte: IBGE, 2006

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