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Missa de acolhida e posse canônica de Dom Jeová Elias como bispo diocesano de Goiás

 

Nomeado pelo Papa Francisco em 27 de maio de 2020, dom Jeová Elias Ferreira tomou posse, neste domingo (13), como bispo diocesano de Goiás. Ele será o 18º na história. Às 10h, foi realizada celebração eucarística na catedral Senhora Sant’Ana, localizada na Praça Doutor Tasso de Camargo, no Centro Histórico, em Goiás.

A celebração contou com a presença dos bispos: dom Giovani Carlos Caldas Barroca, Uruaçu – GO; dom Dilmo Franco Campos, Anápolis – GO; Dom José Aparecido Administrador Apostólico de Brasília; Dom Lindomar Rocha Mota, São Luiz dos Montes Belos – GO; Dom José Francisco, Ipameri – GO;  Dom Dom Carmelo Scampa – Emérito de São Luiz dos Montes Belos – GO; Dom Nélio Domingos Zortea, Jatai – GO; Dom Waldemar Passini Dalbelo (Luziânia – GO); Dom Paulo Mendes Peixoto, Uberaba – SP e Monsenhor Vanildo Fernandes da Mota Administrador Diocesano, Rubiataba/Mozarlândia – GO. Além dos bispos citados, estava presente também o Excelentíssimo Ronaldo Caiado, governador de Goiás, Selma Bastos, prefeita da cidade de Goiás, padres, diáconos, religiosas(os), seminaristas e fiéis leigos e leigas representantes das comunidades de base, pastorais, serviços e movimentos da diocese de Goiás.

Dom Eugênio Rixen, conduziu os seguintes momentos da missa: acolhida e beijo do crucifixo. Logo após, benção da água trazida dos quatro rios que cortam a diocese (Rio das Almas – Região São Patrício; Rio Uru – Região Uru; Rio Vermelho – Região Serra Dourada e Rio Araguaia – Região Rio Vermelho) seguindo Dom Jeová aspergiu água benta a todos os presentes. Ao chegar no presbitério Dom Jeová foi se encaminhado até a capela do Santíssimo para uma oração pessoal e aos túmulos dos bispos já falecidos.

Após o canto de abertura, Dom Eugênio passou o Báculo para Dom Jeová que nesse momento recebeu também a Opção Fundamental da Diocese de Goiás, entregue pela Maria Aparecida, da paróquia de Itapuranga – GO, representando as Comunidades Eclesiais de Base. Concluindo esse momento Dom Jeová tomou posse da Cátedra Diocesana.

A Celebração foi transmitida pelas mídias sociais da Diocese de Goiás; TV Pai Eterno; Canção Nova Brasília; Rádio 13 de Maio FM 105,9; Rádio Coração Fiel AM 1250; Rádio Difusora Pai Eterno Goiânia AM 640 e mídias sociais da Diocese.

Em sua homilia, Dom Jeová destacou: […] Um agradecimento especial a dom Eugênio pelo tempo que generosamente serviu nesta diocese e pela acolhida fraterna. Disse ainda “Agradeço a Deus pelo longo período em que, profeticamente, dom Tomás Balduíno exerceu aqui o seu ministério e deixou a marca da criação de diversas pastorais comprometidas com os mais pobres e indefesos”.

Confira abaixo a integra a homilia de Dom Jeová.


Missa de Acolhida como bispo da Diocese de Goiás

Catedral Sant’ana – 13/09/2020

De início, quero saudar as pessoas aqui presentes: (fazer referência aos bispos). Um agradecimento especial a dom Eugênio pelo tempo que generosamente serviu nesta diocese e pela acolhida fraterna. Agradeço a Deus pelo longo período em que, profeticamente, dom Tomás Balduíno exerceu aqui o seu ministério e deixou a marca da criação de diversas pastorais comprometidas com os mais pobres e indefesos. Saúdo também:   as autoridades, presbíteros, Diáconos, religiosos e religiosas, seminaristas, meus familiares e amigos vindos de Brasília, especialmente da querida paróquia N. Sra. do Rosário de Fátima de Sobradinho, aos que nos assistem e rezam conosco pelos MCS e mídias.  Uma saudação especial e a minha gratidão ao povo desta histórica e querida Diocese que me acolhe e às pessoas que prepararam este momento celebrativo.

No Evangelho proclamado hoje, Jesus responde ao questionamento de Pedro sobre quantas vezes devemos perdoar ao irmão que peca contra nós: até sete vezes? A casuística dos rabinos, que mensuravam as relações humanas conforme as exigências da Torá, tinha como consenso quatro vezes. Porém, para Jesus, não devemos perdoar somente sete vezes, mas até setenta vezes sete, isto é, ilimitadamente.

Para ilustrar a sua afirmação, Jesus compara o Reino dos Céus a um rei que, ao resolver acertar as contas com os seus empregados, depara-se com um que lhe deve uma enorme fortuna, um valor impossível de ser pago. Ao rogo daquele empregado presunçoso, que pede-lhe um prazo para sanar sua impagável dívida, o patrão tem compaixão e perdoa-lhe generosamente todo o débito. A experiência do perdão recebido não moveu esse devedor a ter a mesma atitude com um companheiro que lhe devia uma quantia irrisória, mesmo ao rogo desse por um prazo para quitá-la e com possibilidades reais para isto. São dois pesos e duas medidas: o peso da compaixão do patrão, recebida pelo primeiro devedor, e o peso da impiedade aplicada pelo mesmo ao seu companheiro que lhe suplicara um prazo.

O relato retrata a generosidade divina na oferta do perdão aos devedores insolúveis, mas também a mesquinhez humana diante das dívidas solúveis dos companheiros. Mostra, conforme reiteradas vezes nos lembra o querido Papa Francisco, “que Deus nunca se cansa de perdoar”! Nosso Deus é bondoso, compassivo, carinhoso. Ele perdoa toda culpa, não guarda eternamente o seu rancor, nem nos trata como exigem as nossas culpas, conforme nos lembra o Salmo de hoje.

A querida poetisa vilaboense Cora Coralina, nos seus poemas-crônicas, narra a estória do aparelho azul-pombinho e complementa com a do prato restante desse aparelho de jantar. Esse prato, remanescente daquele preciosíssimo aparelho de jantar, encomendado por um nobre cônego de Goiás para presentear um sobrinho nas suas bodas, apareceu quebrado. Isto provocou uma grande comoção na família e um pranto copioso na pequena Cora, atraindo a desconfiança e acusação familiar sobre ela, taxada de qualidades pouco desejáveis como: inzoneira, buliçosa, malina. Foi condenada a levar pendurado num colar, ao pescoço, um pedaço da louça como punição pelo erro, ao invés de umas boas chineladas. Uma profunda injustiça contra a frágil e inocente criança, mas com um histórico recorrente de quebrar louças.

A cultura atual é marcada pelo risco da intolerância contra o diferente, pelo desejo de vingança contra os que sucumbem diante das debilidades humanas, pelos rótulos impostos perenemente aos que erram. Alguns querem, mais do que a lei de Talião, impor uma dor maior do que a ferida sofrida. Não almejam a justiça restaurativa, mas a vingança. Parecem sentir prazer em vingar-se, em obter alguma recompensa pelos desgostos experimentados.

O perdão é instrumento para o reencontro da humanidade. Derruba os muros construídos pelo ódio que divide os seres humanos e exclui, deixa do lado de fora, sobretudo as pessoas mais fragilizadas, mais pobres e indefesas. Há um ódio que tem cor, tem classe, tem gênero, tem ideologia.

O perdão divino não é sinal de fraqueza, mas da força do amor. O perdão que oferecemos é sinal de grandeza humana, de consciência da nossa debilidade e necessidade de sermos perdoados. Também não é compactuar com as injustiças cometidas, mas lutar por uma justiça que ajude os infratores que ferem a dignidade humana a se corrigirem e a darem sua contribuição na construção de um mundo melhor.

Hoje inicio o meu ministério nesta querida Diocese. Tenho o sincero desejo de ser um instrumento do perdão divino, um homem da misericórdia para um mundo ferido, que espera da Igreja o exercício da sua maternidade amorosa, atenta e solícita. A Igreja, no dizer do querido papa Francisco, deve ter entranhas maternas de misericórdia. Ainda, conforme Francisco, a Igreja deve ser lugar de misericórdia gratuita, onde todos possam se sentir acolhidos, amados, perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do Evangelho (Evangelii Gaudium n. 114). Tenho a esperança de ser um sinal da misericórdia divina nesta querida Diocese, no exercício do perdão e na defesa daqueles que mais sofrem, seguindo a evangélica opção fundamental aqui assumida.

Peço licença ao querido povo desta Diocese para entrar. Peço permissão para somar forças na caminhada de fé desta Igreja particular. Peço a compreensão quanto aos limites de um calouro no ministério episcopal, sedento de aprender e desejoso de fazer o melhor para corresponder ao projeto de Deus e aos anseios do Seu povo. Tenho a certeza de contar com a misericórdia divina ao errar e espero contar com a misericórdia desta porção do Povo de Deus. LSNSJC.

 

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